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Você gerencia as suas emoções ou elas controlam você?
Autor: Tatiane Coutinho
Há poucos meses vivenciei um grande desafio pessoal e em equipe. E, em alguns momentos, me perguntei por que certas pessoas conseguem gerenciar as suas emoções e outras não. Em qualquer desafio a falta de inteligência emocional pode comprometer o resultado final e, principalmente, os relacionamentos.
Mas o que é inteligência emocional? De acordo com Daniel Goleman, é a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, gerindo bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.
Quando pensamos nas emoções, com frequência, as classificamos em positivas ou negativas. Infelizmente essa é uma grande confusão, visto que todas as emoções são úteis, funcionando como uma espécie de GPS. Se sentimos medo, por exemplo, a tendência é ficarmos mais alertas diante de um perigo iminente e nos preparamos para fugir ou nos defender.
Desde os primórdios da humanidade as emoções desempenharam um papel essencial na nossa evolução e adaptação frente aos desafios. Além disso, as emoções são fundamentais na nossa comunicação com os outros.
A palavra emoção deriva do latim, exmovere ou emovere que significa movimento para fora ou colocar em movimento. Sendo assim, emoção é aquilo que nos movimenta para fora ou dentro de nós mesmos. É uma manifestação física aliada à percepção de um acontecimento externo ou interno que influencia outros fenômenos psicológicos, como a atenção, a memória ou a linguagem. Quem nunca gaguejou quando teve que apresentar um projeto ou um trabalho em público? Ou enxergava só o lado bom de um relacionamento tóxico por que estava apaixonado?
Sabemos que as emoções não podem ser controladas, visto que o que temos que sentir, vamos sentir. Não há como impedir o pavor, o coração acelerado ou a boca seca diante de um perigo, nem a tristeza profunda frente à perda de alguém muito importante para nós ou a alegria contagiante quando o nosso time do coração vence um campeonato. Mas é possível sim gerenciá-las!
Uma das formas de gerenciar as nossas emoções é nomeá-las. Entretanto, uma tarefa que parece fácil acaba se tornando um desafio, visto que não somos educados para isso e nosso vocabulário emocional é empobrecido. A maioria de nós foi educado para não demonstrar e nem falar sobre as emoções. Quem nunca ouviu o famoso “engole o choro”? As pesquisas científicas mais atuais demonstram que emoções mal orientadas podem exercer efeitos negativos sobre a saúde mental e física. Por isso, nomeie o que está sentindo e quando não encontrar palavras para descrever, busque o apoio de alguém.
Outra maneira de orientar as nossas emoções é saindo do “piloto automático”, ou seja, tente agir de maneira mais consciente, analisando a situação antes de agir. O piloto automático nos conduz a repetir velhos hábitos que nem sempre são bons. A inteligência emocional está justamente nesse intervalo entre uma situação percebida como estressante e a nossa reação diante dela.
Um ponto importante também é acolher as emoções em vez de evitá-las ou controlá-las. Fugir ou lutar contra contribui para aumentar o nosso mal-estar a longo prazo. Além disso, nos impede de aprender com as nossas emoções. Somente quando as acolhemos é que nos familiarizamos com elas.
Acolher as nossas emoções é uma das formas de nos conscientizarmos dos nossos automatismos para abrirmos espaço para ter uma vida com mais liberdade. Aprender a gerenciar as emoções é poder viver de forma mais autônoma e fazer escolhas mais conscientes.
Tatiane Coutinho
Psicóloga
CRP: 18/00913
@psitatianecoutinho